Poemas : 

PRINCÍPIO DA INSANIDADE

 
Enregeladas estão as mãos caídas pelo mundo
No fundo as nossas medidas estavam erradas
Porque entre o dia e a noite não tem diferença
Se ontem havia hoje não mais há

Porque deus
Farto de ser meu veio e matou a minha crença
Não tenho mais esse guia que de cego me matará
Não tenho mais a desculpa para o erro escondido
O meu nome corrompido é tudo o que me sobra
Eu esgotei os meus bons motivos
Num jogo de perigosas manobras

E agora
Nem é noite nem é dia

Naquele nosso equinócio prolongado
Meu corpo gelado que ainda se mexia
Escrevia Amo-te numa qualquer rua

A alma nada dizia
Jazia
Calada junto à tua

Nesta hora que não é dia
Nesta noite que não é agora
Limpo o sangue com que escrevia
Estanco a veia e jogo o amor fora


 
Autor
Breike
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1239
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/12/2010 18:27  Atualizado: 01/12/2010 18:27
 Re: PRINCÍPIO DA INSANIDADE
«Nesta hora que não é dia
Nesta noite que não é agora
Limpo o sangue com que escrevia»


Coaxar no vale, assim devagar, porque tudo doi, porque tudo é tarde..!

Gostei de o ler!

Com carinho,
Assiria