De quantas
palavras é feito
o expressionismo
alemão?
De quantas máscaras
precisa-se para
entender Jung
ou Freud?
De quantos olhares
a musa morta precisa?
Nada precisa ser
explicado
se somos amados.
E, nessas horas
sem folia, lembro
da poesia na pele,
da tua barba beijando
os meus seios e
assombrada, leio
os bilhetes, revejo
as fotos antigas
apenas para lembrar
que eu estou ainda
viva, que as possibilidades
podem ser latentes.
Ficamos parados,
olhando um para o outro,
sem palavras, sem rumo
no sofá amarelo,
fingindo que perdemos
o elo.
E fingimos
porque perdemos
e não podemos
perder nada mais.
De quantas mentiras
é feita a paz?
I
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