Encetaram todas elas o rito
ao invejarem o macho fecundo:
um homem nobre, são, moribundo
que as fez vociferar bem alto o grito!
“Morte! Morte! Matai o mito!”
Propalavam elas com ódio profundo
ao pária sem pátria, ao homem do mundo
“Regeremos nós, até ao infinito”
Acedeu-lhes à súplica o grão-vil,
ciente do suplício do galã
“Regerei por muitos anos. Sejam mil!”
“Não se nega este rogo à mulher maçã”
E num ímpio concílio, em secreto canil
decretou-lhe a morte, o imundo titã.
João Pimentel Ferreira
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Domine, scribens me libero