Poemas : 

NÓDOAS

 
Desse amor
eu juntei o pó
e espalhei pela casa;

sujei as louças
quebrei os vidros
derramei o óleo
sobre os espelhos da casa
pra minha visão ficar
eternamente
embaçada de ti;

à tardinha
juntei os cacos
amornados de sol
e cortei os pulsos
que se mantinham atados a ti;

corri pra varanda
sangrando restos de luz
pois não me restavam teus versos
nem tão pouco teu silêncio
apenas dei-me a contar estrelas
enquanto pude vê-las

e depois veio a chuva
escura
que lavou este chão imundo
de nódoas
tuas.

 
Autor
jorgejansen
 
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Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 29/11/2010 21:19  Atualizado: 29/11/2010 21:19
Colaborador
Usuário desde: 24/07/2007
Localidade: BRASIL
Mensagens: 6868
 Re: NÓDOAS
Sempre é bom fazer uma limpeza interna.


Belo e instigante poema.