Além do mundo terreno
Há um lugar
Obscuro
Que se adivinha
Sombrio
Não se sabe se gelado
Se incandescente...
Sou um ser
Sem nome
Nem idade
Pertença ausente
Dum corpo
Que há séculos
Tombou
Num golpe certeiro
Da foice
Duma peste
Por aqui vagueio
Ainda
Nesta terra de nenhures
Neste limbo
Estático
Sem norte
Acho que
Um cemitério
Povoado de sombras
Nas etéreas catacumbas
Do submundo
Das trevas
Às portas do além
É certo
Que ao certo
Pouco ou nada
Se sabe
Deste lugar côncavo
Oculto
Sabe-se
Isso sim
Que é para lá do fim...
Quando os olhos enfim
Se cerram
E a alma se entrega
Ao desassossego
Dum sono
Perpétuo!