Revolta da ilusão.
Caiam levemente pingas grossas e espaçadas
Ainda sentia o cheiro forte a terra molhada
No ar o calor insano, insuportável
Entre nuvens serradas, escuras
Espreita o sol, na calada do dia
Entre arvores secas e tristes
Na sede que a terra sente
No desamor presente
Daqueles que não amam
A lua e o sol
Na noite e no dia
Os animais maltratados
Os mendigos esquecidos
As crianças amordaçadas
Os políticos calados
Eu vejo ilusões
Nos pensamentos aflitos
Nas almas inquietas
E a terra transpira
Remexe suas feridas
Sangra e vomita
Os erros aplicados
Onde os sons
Já não escutam
Os cânticos de anjos
São os bálsamos
Que alimenta a alma
Mas alma de quem e onde?
Ainda existem almas enxergando?
A luz que ainda reluz no nosso pensamento
A luz do amor
Da amizade e fraternidade
Onde a escuridão é ilusão
Escondida no recanto
Dos sonhos esquecidos
Onde as ilusões são lembranças
Que restou do passado
E acordou a esperança
De um novo dia iluminado
Onde a paz ainda habita
Neste nosso mundo
Real, único....
Betimartins
28/11/2010
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