Poemas -> Sociais : 

NA HORA DO DESESPERO

 
Tags:  reflexão  
 
NA HORA DO DESESPERO
 
Na hora do desespero
treme o facínora e, tíbio,
lambe o sangue da navalha
que traz o oponente à mão;
Calígulas assombrados -
em trajes comuns, soturnos,
sanguinolentos caudilhos,
se ocultam na multidão.

Na hora do desespero,
aristocratas da guerra,
como porcos (e é o que são),
chafurdam na lama podre
que lançaram sobre o chão.

Fingem ser apenas homens.
Convencem, mesmo aos mais sábios
que apenas humanos são.
Na hora do desespero,
carrascos, pedem perdão.

Num átimo, recompostos,
de volta ao “dolce far niente”,
mefistofelicamente,
já não disfarçam nos lábios
o esgar da dominação.

... Crêem-se mais do que homens,
reconduzidos aos postos
em que nós os distinguimos
por medo ou por omissão.




Sergio de Sersank
Visitem meu blog literário "Estado de Espírito"
http://sersank.blogspot.com

(Do Livro de Sersank, "Estado de Espírito")
 
Autor
Sergio de Sersank
 
Texto
Data
Leituras
1285
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.