Os porcos que comem tudo,
E que não nos deixam nada.
Com os quais me desiludo,
Nesta vida atribulada.
Eles são os que comem tudo.
O que é bom, e o que é restos.
E tiram-te o último escudo,
Muito rápido, muito prestos.
Na procura de esqueceres,
A vida de “pata rapada”,
Sem disso te aperceberes,
Tu ficas sem teres nada.
Ficas a ver por um canudo,
Toda a tua vida estragada.
Por os porcos comerem tudo,
E não te deixarem nada.
Quem não tem, nada come.
Porque eles comem tudo.
Não comendo, passa fome.
E com fome, fica mudo.
Os porcos, é que comem tudo.
Porque sofrem de ganância.
Na vida, eu nada mudo.
Mas tento manter a distância.
Os porcos, é que comem tudo.
O que é bom, e o que não presta.
E muitos dos que eu ajudo,
Só comem sempre, o que resta.
O porco que come tudo,
É aquele que mais engorda.
E é o único barrigudo,
Que a minha mente recorda.
O porco que tudo come,
Mas não chafurda na lama.
É o que nunca passa fome,
E dorme numa boa cama.
Não está longe, nem está perto.
E está sempre á espreita.
O porco que é mais esperto,
É o que saboreia a receita.
É o chamado porco fino.
Que veste roupa por medida.
Que altera o teu destino,
E que muda a tua vida.
Há porcos que comem tudo.
E outros não comem nada.
Há o que fica barrigudo,
E os que passam uma fome danada.
Basta haver um barrigudo,
Para a comida ser devorada.
Por haver o que come tudo,
Outros há, que não comem nada.
O porco mais comilão,
Tudo o que vê, ele come.
Seja de inverno, ou de verão,
Nunca ele passa fome.
Quanto mais são alimentados,
Mais comilões eles ficam.
E só terminam os reinados,
No dia em que eles “esticam”.
Os porcos que tudo comem,
É que governam o mundo.
E por mais cuidados que se tomem,
O mundo, fica sempre imundo.
zeninumi 30/8/2007
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