Perdi-me nas brumas
Que rodeavam o teu olhar.
Por tais conquistas
Nunca conquistei-te, esse amar.
Ai, indecisão.
Ai, seguir em frente
Preso, então
Sei o que o nosso amor
Não agrada, toda a gente.
Chora e me rio
Se tu ris, eu choro
Ligados sempre assim
Não há outro modo.
Paras o tempo
E tempo irei parando
Olho-te em momentos
Por que sei que amo.
Sai das promessas
Entreguei-me ao abrigo
Tento agora que me esqueças
Perde-mos os o brio.
Pará-mos ao mesmo tempo
Mas em linhas separadas
Os olhares são lamentos
Que hoje não valem nada.
Olhai-me para eu fingir
Fingirás o teu agrado
Congelarei os meus sorrisos
Quero ainda, que me ames
Que fales,
Que me chames,
Que me digas que me amas.
E eu grito a quem quiseres
Homens ou mulheres
Até ao céu
Ai, desespero
Impossível é meu apelo
Pois nunca me irás ouvir!
Estamos os dois ligados
Ao destino, ou à morte
Espalho em ti a má sorte
Mas nunca, poderemos-nos amar.
Ai, ai silêncio
É um grito desesperado
Para quê viver mais calado
Se é o mesmo que viver a falar.
Pedro Carregal