Crónicas : 

«« Velórios no Luso ««

 
Agora volto eu, deixando a tia Alzira descansar, a fama subiu-lhe à cabeça… volto eu, a mal encarada que não tem paciência para rónhónós, é que assim como a tia Alzira, eu também estou aparvalhada, e desta vez não é por causa do delete, é porque afinal com ou sem delete o luso mantém-se inalterável.
Coisa que confesso tive medo que deixasse de acontecer com as novas medidas de funcionamento do mesmo.
Actualmente passo aqui muito menos tempo do que antigamente, nos tempos em que acreditava em reinos de encantar. Por essa razão o dia a dia do site quase que me é despercebido, mas de tempos a tempos vasculho isto de fio a pavio, e aí vou-me deparando com as demandas mais ou menos teatrais, que ainda conseguem fazer deste sitio, um sitio quase único, porque para o ser tinha que estar virado para a escrita exclusivamente.
Agora estão para aí a tentar descortinar esta minha mente maquiavélica, mas eu explico.
Volta não volta, lá vem alguém despedir-se dos amigos, lá vai uma lista interminável na qual eu me incluo, porque também já tenho aparecido nalguns desses quase velórios, e digo quase, porque quase sempre são abortados, quem sabe devido às carpideiras de serviço, nas quais eu também me incluo, não quero injustiças de qualquer monta, ou devido ao destino.
Mas uma coisa realmente me está a fazer confusão, é que nessas minhas incursões pelos meandro dos lusos, também reparo no arquivo morto do mesmo, refiro-me aos poetas que partem sem bramidos de qualquer ordem, simplesmente batem a porta e vão embora.
É para esses esta minha crónica, em sinal de respeito pela seriedade com que partiram, sem choros, sem carpideiras, sem alaridos que visassem a sua notoriedade, é que quer-me cá parecer, e desculpem se sou mázinha, que algumas pessoas aqui dentro precisam de velórios encenados para se sentirem poetas.
Mas o que me faz mesmo confusão, é que algumas dessas pessoas são bons poetas, e não precisam de velórios para que as carpideiras o reafirmem, a sua escrita fala pelo seu valor.

É por esta e por outras que nos últimos tempos ando aparvalhada.

Antónia Ruivo.


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

Podem comentar à vontade porque não vou usar o delete.beijinhos e abracinhos.
 
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Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 26/11/2010 23:00  Atualizado: 26/11/2010 23:10
Usuário desde: 22/08/2009
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Mensagens: 3357
 Re: «« Velórios no Luso ««
Eu como também sou mazinha, vou-te dizer cara colega, esta carpideira aqui tem tido um prejuízo em lenços de papel que nem imaginas…tive que mudar de marca, “renova” para renovada já nem sinto o nariz de tanta baba e ranho.
Principalmente quando fazem manifestações do bota acima e do vota abaixo, com tanta bota já nem sei como se escreve.

Beijinhos mais e abraços muitos e se quiseres prometo enviar-te um ramo de rosas fresquinhas.

Enviado por Tópico
antóniocasado
Publicado: 26/11/2010 23:19  Atualizado: 26/11/2010 23:19
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 Re: «« Velórios no Luso ««
Ola

Venho ao Luso, coloco um texto e saio. Outras vezes comento alguma coisa, mesmo não colocando poema algum, e saio. Não sei o que se passa, nem sei se estou interessado. A única coisa que pretendo é somente dizer o que me vai na alma, seja o que for. Nem estou preocupado se é bom ou mau... Sinto-me feliz com os que gostam da minha forma de me expressar e agradeço a muitos autores o me terem servido, alguma vezes, de lampião para alguns textos.
Gosto do textos da Senhora Antónia, penso que já o tinha dito. Faça um pouco como eu, abstrai-se de tudo e viva o que escreve que é muito bonito.
Respeitosamente
antóniocasado

Enviado por Tópico
quidam
Publicado: 26/11/2010 23:22  Atualizado: 26/11/2010 23:25
Colaborador
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Localidade: PORTIMÃO
Mensagens: 1354
 Re: «« Velórios no Luso ««
Vi esta crónica e fiz o login de propósito para comentar, é que muitas vezes leio os poemas sem fazer login... Mas Desculpem lá que descriminação!... não há carpideiros! Assim não vale, eu também queria ser... Já na gosto do luso, prontos, vou-me embora, por causa da alentejana...
Vais ao meu velório, Antónia?

Bjo de despedida, até um próxima, que seja amanhã rsrsrs