Quando a noite cai, negra e envolvente!
Sufocando-me! Sufocando minh’alma...
Troco triste, do entardecer à morna calma,
Pelo desespero de tê-la à minha frente!
Quando a noite cai! É o sombrio porvir...
Daquele longo sono que não se desperta!
A noite é como uma negra porta aberta,
Para o não ser, o não ver, o não sentir...
Perder tudo, meu Deus! (Nele eu creio!)
Sonhos, amores, a beleza que nos rodeia,
Tudo de belo e bom que da vida anseio!
Quando a noite cai, fico soturno a sofrer...
Em mais uma longa noite de tristezas cheia,
Pois será mais uma longa noite sem te ver!
Pedro Paulo da Gama Bentes