Poemas : 

Dói!

 
Dói-me
a falta que não te faço
a vontade
que não te desperto
o fogo
que arde em mim tão belo
do teu rosto nulo.

Dói-me
o dia ser noite e a noite dia
e tu o mesmo ser sendo
num teclado frio e morto
sorvendo, mastigando, digerindo
enquanto eu definho
na fraqueza de ser viva
com as letras nas mãos
e a nascente do meu nome.

Dói
não teres nos cabelos
o toque dos sinos
que clamam por mim,
a miopia do sol
que me visse frágil lua
rodeando o meu sul fenecente
com a coragem da voz
que se imprime e revela.

Dói
não te ser
como tu és,
a doce sobremesa
do destino.


 
Autor
MargaridaRibeiro
 
Texto
Data
Leituras
865
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
14 pontos
4
1
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
GeMuniz
Publicado: 25/11/2010 20:05  Atualizado: 25/11/2010 20:05
Membro de honra
Usuário desde: 10/08/2010
Localidade: Brasil
Mensagens: 7283
 Re: Dói!
Há dores que têm que ser... Gostei Margarida.
bj


Enviado por Tópico
Runa
Publicado: 25/11/2010 23:19  Atualizado: 25/11/2010 23:19
Colaborador
Usuário desde: 24/04/2010
Localidade: Santo Antonio Cavaleiros
Mensagens: 1174
 Re: Dói!
Uma dor descrita sem azedume e de uma forma poética, bela e triste.

Gostei muito.

Beijos

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 18/05/2011 19:34  Atualizado: 18/05/2011 19:34
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: Dói!
Margarida,
Uma delícia de poema.
Beijo
Nanda