Especado
Junto ao muro do desconforto
O homem se emocionou
Fincado
Não tendo onde cair morto
Tudo interiorizou
Despedaçado
Nos trilhos de cariz torto
Quase se desmiolou
Apunhalado
Da traição ficou absorto
E depois se definhou
As mentes assim vencidas
Perante tais contingências
São a perca de muitas vidas
Nas mais duras subsistências
Morto ali ficou
Cadáver da insanidade
Desprendido de toda a gente
Ninguém o dignificou
Nesta maldita sociedade
De sentido intransigente
Jamais se manifestou
Levou consigo a verdade
E a ansiedade latente
Sua causa assim findou
Fica para a eternidade
Uma alma incompetente
Finam-se todos na sua hora
Qualquer que seja a sua classe
Num tempo que não demora
Para a qual não é preciso passe
António MR Martins
2010.11.23
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...