Olho o vazio do horizonte
e alcanço o mar perdido...
não é azul... nem verde...
nem cristalino... nem fresco...
É dourado, quente e seco!
Não alberga ilhas sombrias
mas sombras que mais parecem ilhas...
não saltam peixes...
nem é florido de belas cores...
O meu mar não tem ondas
mas o vento jura que as vê
desenhadas na sua pele...
não cheira a espuma...
não conhece algas...
É dourado, quente e seco!
Como um raio de sol cansado e velho...
Mas no seu brilho deixa o odor,
ao olfacto trás o toque e,
no gesto o gosto da fome da terra.
O meu mar é uma seara seca
que de júbilo preenchida
grita naquele tom mudo
da beleza da Geo que nos viu nascer!
cdjsp