Os poetas da chuva
que bebem o silencio amargo como sangue
ás vezes bebem a noite
dentro do corpo dos homens pobres.
Escrevem poemas na lama da terra
são peregrinos de caminhos desertos
e deserta tambem a palavra
do amor que não cantam mais.
Os poetas da chuva
que cantavam com a natureza
agora choram com ela
para consolar os homens sem paisagem
Os homens tristes
que escrevem com fome seus poemas
uma fome enorme
que a terra ha-de escutar
como se neles a madrugada
fosse um grito mais urgente que as palavras
lobo