Peço-te! Joga a corda, A escada, È quase breve, O eterno que se esvai. Escorrego mais e mais, É fogo ou afogar?
Quero um fio, uma linha, Que desafogue a consciência, Deixar o choro sufocar, È certo, Logo a noites se vai, Esvai, Nada vai resistir, Submerjo... Será...
Sigo cega o caminho de pedras, De sangue ou de pão, Segue-se o sal pelo chão, Um único palpite, Um só sim, ou só um não.
Peço-te um feixe de luz, Que seja um raio qualquer, Vaga-lume vagante, Acende a menina dos olhos, Um fatídico iluminar.
Vem, Ainda assim, vem, Ao que resta, Jogar a luz, A bóia, O barco, O foguete, O derradeiro. Mover a lanterna, Conduzir, E me levar viva e de vez a ti...
# Um pouco inspirado em “Lanterna dos Afogados – By Hebert Vianna”