Amorável, perdi
o cântico do nove,
sorvi alcalina pelo ácido
de te cauterizar insensata,
amêndoas sem caramelo,
na tua boca o futuro
que o outrora me censurou.
Haviam rabelos
e eu comi peixe frito
em sonhos de náufragos
com pão lambuzado de algas,
partituras de ses
quando já não era
o que foste ser
doidivanas trampolineiro,
o ganho de um ilusório
à porfia de amar
a negra tontura do desejo.
E amanhã sofreu
no encontro do encostar,
ombro não sol,
queria o teu trinado cimbalino
entre os lençóis da surpresa
de te ver sobrescrito
na roupa da minha nudez.
Amor…queria ser a lua das tuas mãos
em vez de agasalhar o frio
que o casaco da tua meninice
me ofertou em logaritmo
na entrepalha da minha face,
a tua ré à proa
sem a razão no leme.
Ainda tu és praia
aquém da língua insana.