Ser poeta é ter olhos que respiram
Que absorvem todo o gosto do mundo
É ter como eterno um segundo
e ter milhares de milhões de segundos eternos dentro de si
É andar como quem desfila, como quem dança
mesmo que só pareça que anda
e no percorrer dos caminhos deixar e guardar brilhos de si
É saber que os sorrisos e prantos daqui e de além não terminam
e os sentir como se fossem seus por serem seus também
É não restringir-se a um só corpo
e ser todo o corpo que está na largura de seus braços
sendo braços toda capacidade de pensamento
É voar e viajar por universos inimagináveis sem sair do lugar
e no meio do barulho ouvir os silêncios de quem cala por ter demasiadas coisas para falar
Ser poeta é banalizar tudo que seja banalizavel
É saber que nada que não é alma vale a pena
e ter consciência da sua própria inconsciência
se divertindo com os trilhos de morte
no caminho corda-bamba que é a vida.
Isso é o que é ser poeta para mim, dentro destes parâmetros sou, e sou não por aquilo que escrevo, mas por aquilo que vivo.
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
