Contei a toda gente
Que eras um ser inanimado.
Estátua invisível para mim.
Referi que já não te via
Para controlar o que sentia
Para matar o sentimento.
Vou fingir, que não me falas
Que não me escreves
E que não mais me acalmas.
Vou fingir
Que não me tocaste
Que algum dia me quiseste.
Que me abraçaste.
Quero eu te esquecer
E agora é que eu me afasto.
Vou deixar o luxo
Como um marco de mudança.
E, por fim, deixarei morrer
Essa maldita esperança.
Odeio-te mas amo-te
E se te amo, odeio-te.
Profundo e triste, desatino.
Morrerei mais uma vez
Ressuscitando e sofrendo.
Vou-te amar com censura
E odiarei-te com desprezo.
Saberás assim o meu engano
De te amar e odiar de novo.
Pedro Carregal