Defino-me
no ritual do instante
…não choro destinos
nem ambíguos lamentos
de espuma húmida
na vertente da memória
…pedra a pedra
ergo vontades de cimento
na muralha de betão
que os olhos já conhecem
…na sombra do muro
colho despojos adormecidos
do meu existir
…e no subterrâneo das manhãs,
visto o corpo suado,
com crepusculares latidos,
em espirais de raízes
que crescem altivas,
no regaço da penumbra…