Mãe dá-me butterfly’s… Amansa-me braços de motins plasmáticos e circulações periféricas com pulsações de trabalho arterial. Tenho fúrias nas superfícies íntimas que sinto injustiças nas carótidas, na interna, na primitiva como a raiva que se ganha ao perder. São oceanos oclusos de medo nas pernas, tremores finos na femoral profunda, terrores de não sentir amor na aorta ascendente e na descendente morrer de terror com sangue oculto nas mãos... Mãe dá-me butterfly´s… Coloca-me um dreno na alma e descoagula os rios infectados de seiva assassina. Tenho demónios nas células que fazem anos no mesmo dia que eu...por isso é urgente… Lucra-me o silencio, coloca-me uma cânula de traquesotomia outra endotraqueal, induz-me o coma ás palavras malditas que a minha vida tem sido uma mascara laríngea de expressões fingidas e cancros na voz. Não quero reagir por sinapse, por estímulos arrogantes em distância de mim… Jamais os eferentes a contrariarem-se em espasmo ao redor de todos os meus nervos simpáticos que sabem dizer o perdão com rosas no peito. Mãe dá-me butterfly’s… Devolve-me ás veias o oxigénio em débito ao meu coração de estátua e dá-me butterfly’s… Dá-me qualquer coisa que não sangre os meus dias em razões oncológicas de não querer existir. Dá-me a primavera com pétalas brandas e riachos serenos… Planícies ronceiras nos dias amenos com cores demais. Agras montanhas onde levitam no topo mariposas reais… Mãe dá-me o ar... Eu quero voar… Dá-me butterfly´s.