Dentro deste mundo, incontido,
singular, das vezes, pervertido,
procuramos o que nos é devido,
em cada degrau, soando a olvido.
Caminham sem norte e à omissão,
os pobres desta vida, aquém da mão,
que, estendida, espera a excepção,
que lhe sirva, saudosa, redenção.
Homens, como eles, desviam o olhar,
na sempre difícil arte de recriar,
a irresponsabilidade, que querem negar;
o que os olhos bem vêem, sem emoção,
nem cuidados sagrados, secreto coração,
que da segregação, sói aqui a emancipação.
Jorge Humberto
17/11/10