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Esquisso de uma vida

 
Era uma vez
Um rapaz já quase feito homem
Que vagueava neste mundo
Que não o pertencia.
Os seus dias eram contados
Pelos tostões
Que lhe caíam na bóina,
E o seu muro das lamentações
Era a tasca lá da esquina.
Meditando na sua desgraça,
Já os sonhos
Lhe abandonaram,
Que quando em criança
Era ele quem os comandava.
Tudo lhe fugira entre dedos
E os braços
Já não possuíam forças,
Nem para os esticar
No meio da rua.
Certo dia, depois de uma tascada,
Sentira-se totalmente perdido,
Sem mapa, sem Norte, sem nada!
O céu caíra-lhe em cima,
Numa noite em que
As estrelas
Lhe devolveram os sonhos...
Nessa noite,
O esquisso de uma vida
Desaparecera.




 
Autor
Natalie Afonseca
 
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