Poemas : 

Não Nos Permitimos

 
Não nos permitimos...

Ficamos presos, encapsulados
Dentro de nós mesmos
Insensíveis ao nosso passado,
Atacados pelos nossos medos,
Apenas dois seres cansados,
Jogados (de todo) de lado,
Como velhos e quebrados brinquedos.

Não nos permitimos...

Permanecemos presos por paredes
Criadas num momento de desespero,
Perpetuando nossas fraquezas,
Persistindo em velhos conceitos,
Deixando brincar nossos defeitos,
Remoendo possíveis segredos:

Numa expectativa danada,
Numa distância pouca,
Numa ânsia louca,
Numa procura desesperada
De um beijo que não aconteceu,
De um abraço que nunca se deu,
De um sorriso que por muito pouco
Tempo existiu...

Não nos permitimos...

Sonhamos uma vida cor-de-rosa
Resistimos. Adoecemos nossas almas.
Tínhamos os sorrisos amarelados.
Tudo tingimos de tons acinzentados.
Assistimos, exaustos ao mesmo espetáculo.
Entorpecemos-nos de viver pouco a vida.
Deixamos na poeira dois corações murchos,
Devastados pela existência e saciados dela.

Não aprendemos a técnica.
Erramos a fórmula da mágica.
Fechamos todas as portas
E cortinamos todas as janelas.
Não fomos à Bélgica.
Ainda não enxugamos nossos olhos
E o suplício persiste em fazer morada
Nestes corpos sedentos de amor, porém,
Fartos dessa magia que é o viver...

Não nos permitimos
Perdemos-nos em crateras
Transformamos tudo em dor
Deixamos nascer uma triste primavera
Donde brotou uma rosa inócua,
Inodora, insípida e incolor.

Não nos permitimos...
Por quê?


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
varenka
Publicado: 15/11/2010 22:10  Atualizado: 15/11/2010 22:10
Colaborador
Usuário desde: 10/12/2009
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Mensagens: 4210
 Re: Não Nos Permitimos
Gyl,

Teu poema da do jeito que gosto de ler rsrsrsrssss
A verade é que não queremos sofrer....Gostei do texto!!!

Abraço
Varenka



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/11/2010 22:11  Atualizado: 15/11/2010 22:11
 Re: Não Nos Permitimos
Não nos permitimos...

Ficamos presos, encapsulados
Dentro de nós mesmos
Insensíveis ao nosso passado,
Atacados pelos nossos medos,
Apenas dois seres cansados,
Jogados (de todo) de lado,
Como velhos e quebrados brinquedos.

Não nos permitimos...

Permanecemos presos por paredes
Criadas num momento de desespero,
Perpetuando nossas fraquezas,
Persistindo em velhos conceitos,
Deixando brincar nossos defeitos,
Remoendo possíveis segredos:

Numa expectativa danada,
Numa distância pouca,
Numa ânsia louca,
Numa procura desesperada
De um beijo que não aconteceu,
De um abraço que nunca se deu,
De um sorriso que por muito pouco
Tempo existiu...

Não nos permitimos...

Sonhamos uma vida cor-de-rosa
Resistimos. Adoecemos nossas almas.
Tínhamos os sorrisos amarelados.
Tudo tingimos de tons acinzentados.
Assistimos, exaustos ao mesmo espetáculo.
Entorpecemos-nos de viver pouco a vida.
Deixamos na poeira dois corações murchos,
Devastados pela existência e saciados dela.

Não aprendemos a técnica.
Erramos a fórmula da mágica.
Fechamos todas as portas
E cortinamos todas as janelas.
Não fomos à Bélgica.
Ainda não enxugamos nossos olhos
E o suplício persiste em fazer morada
Nestes corpos sedentos de amor, porém,
Fartos dessa magia que é o viver...

Não nos permitimos
Perdemos-nos em crateras
Transformamos tudo em dor
Deixamos nascer uma triste primavera
Donde brotou uma rosa inócua,
Inodora, insípida e incolor.

Não nos permitimos...
Por quê?


Repetes-te muito mas tirando isso fui cinico, até porque o teu poema pareçe um longo testamento alem de ser maçudo coisas que eu detesto num poema
meu amigo sancho da pança gyl




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/11/2010 22:38  Atualizado: 15/11/2010 22:38
 Re: Não Nos Permitimos
Poema
Como serei no retrato que pintas todo dia?

Serei eu um ser limitado com um ar carregado?
Ou então posso ser um ser apaixonado, mas mesmo
Assim com algo que não te tenha demonstrado, um
Dia destes talvez Vás por mais cor onde nunca, existiu,
Nenhuma e me dês um coração, e não algo que aches,
Que eu não mereça.

Não sei se me já desenhaste a cabeça e coloriste o meu,
Cabelo ou então tenhas pintando um coração ao meu lado,
Para que eu possa colocar mais tarde neste peito vazio,


Mais tarde talvez me desenhes uma lágrima azulada,
De tão triste amargura, ou então desenhes um sorriso,
Que não caiba na tela, e também te faça sorrir fora,
Dela, sempre que pensas em mim e vais a janela.

Como serei no retrato que pintas todo dia?

Não sei, mas eu já de certa forma fiz o teu,
Retracto na minha cabeça, no meu dia a dia,
Sempre que estou contigo sinto alegria, e
Sei que existo para além de uma qualquer,
Tela e retrato sei que o nosso amor,
Não é só quando te imagino num,
Qualquer retrato, não é abstracto.

Deito fora qualquer sensação de desconforto,
Tu és o meu conforto a cada dia que passa,
Dou graças de te ter como minha amada, todo o dia
Que contigo estou, não somos seres inanimados, o nosso
Amor existe muito para além desse teu retracto,

Assim é o retrato, que fica mais colorido sempre
Que te vejo e fico contigo, a cada dia que estamos juntos,

Assim pinto o meu retrato e nem preciso de tela,
E tu és a minha cor favorita, sempre que te vejo,
O meu mundo se enche de cor, calor e muito
Amor, sempre que estou aqui contigo

O mundo assim fica ainda melhor que qualquer,

Desenho abstracto, e no dia do nosso casamento?

Como serei no retrato?

Serei algo exacto ou então apenas abstracto?

Mas sempre que te beijo me sinto vivo,
Não fico azul, sou o arco-íris, e tu a minha
Magia para lá do reino da fantasia, és a minha

Privada alegria!

Todo o dia toda a noite até morrer!

Ricardo Neves

toma lá um poema a serio e nao maçudo
dom quixote






Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 15/11/2010 23:01  Atualizado: 15/11/2010 23:01
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10799
 Re: Não Nos Permitimos
Olá Gyl

Belo teu poema, depois de ler apetece-me dizer-te que há sempre uma manhã fresca e clara que desperta leve e ao acordarmos temos a sensação de sermos crianças de novo saindo dum belo sonho.
Aí esquecemos as coisas más e tudo fica ao alcance das nossas mãos de novo.Concordas? A vida é mesmo assim, um dia atrás do outro, um dia sorrimos no outro choramos.

Beijos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/11/2010 23:26  Atualizado: 15/11/2010 23:26
 Re: Não Nos Permitimos
Poeta Gyl

As vezes os medos causados pelas decepções do passado trazem doenças emocionais as vítimas.Ter que enfrentar novas situações que as vezes pensamos que nos leva ao mesmo rumo torna-se mais difícil de encarar.
Por isso as vezes não nos permitimos, e isso é muito triste, as vezes deixamos escapar a felicidade pelos os dedos com medo de recomeçar.

Beijo meu

Rosangela


Enviado por Tópico
GeMuniz
Publicado: 16/11/2010 00:20  Atualizado: 16/11/2010 00:21
Membro de honra
Usuário desde: 10/08/2010
Localidade: Brasil
Mensagens: 7283
 Re: Não Nos Permitimos
Por tudo isso e por nada disso... Como saber? Este é daqueles de dimensão diferente que aprecio e que te disse.

abraço amigo