NA LÁPIDE DO CORAÇÃO.
Quis matar tudo lá dentro de mim,
Fazer do coração só sepultura,
Sepulcro tão escuro, oco e sem fim,
p´ra enterrar tudo que a vida assegura.
E, na desesperada vã loucura,
Também acreditei poder enfim,
Extinguir desse Amor a dor impura,
Que do meu sofrimento é sempre afim.
E nas voltas do tempo tão ingrato,
Julguei concretizado o meu duro ato:
-Sepultei tudo que era sentimento-.
Porém, no jazigo a todo momento,
Vejo escrito na lápide o teu nome,
Com saudade que o tempo não consome.
E.A.S ED SILVA SP 9-11-2010