Como num sonho eu olhei para ti,
Olhei como quem sonha acordado
Apercebendo-se que a realidade está tão perto
Mas não a pode tocar.
Tal sonhador, vejo ainda
Hoje o belo céu azul celeste,
Percorrido de centenas de estrelas
Na noite quente de verão.
Como quem sente o vazio do espaço
Eu fico sentada na varanda,
Embebida pelo fogo que arde
Ao longe no coração de quem sofre.
Fogo intenso, de chamas tão altas
Que de tão altas que são
Não consigo encontrar o seu fim
Limitando-me somente a observá-las.
Percorro-as com a perfeição
E a grandiosidade com que elas devoram tudo
O que vem em seu enlace,
Mesmo que, inconscientemente, provocando a destruição.
Umas vezes fantástica e necessária
Para originar um novo começo,
Outras vezes desoladora e incompreendida,
Causando o pânico e a confusão