Mãe, eu quis impedir-me de nascer,
Eu quis morrer em ti.
Não fui digno do teu ventre,
Mas tu salvaste-me, mãe!
Porquê? Tanta persistência...
E o sofrimento que te impus?
Compassivamente eram-te bênçãos
Pois fui o fruto do puro amor
Na concepção, e sei-o!
Mãe, eu adormeci e quando acordei
Era quase tarde demais,
Mas eu segurei-me, bem agarrado
Para não sair, para não resistir.
Pai, falo também de ti,
Olha acima a palavra concepção,
O amor não foi só de um.
Tanto e perdeu-se antes do parto.
(Como?)
Mãe, eu sou a tua jóia, aos teus olhos,
No entanto eu brilho do brilho dos teus
Porque eu nunca brilhei tanto e agora parei.
E sentes-me digno de todo esse amor...
Mãe, tanto que queria dar-te e não consigo.
Fico numa margem remota do retorno que merecias.
Mas tu, sentes esse ínfimo como infinito.
Porquê mãe?
24/08/2007<br />P.S. - Incluí-o nos poemas de paixão por ser essa a forma como escrevi este poema.