Poemas : 

Cheiro

 
Retorcia os lábios antes de rir ou de falar uma frase engraçada.
Era seu jeito peculiar e eu observava pronto para flexar-lhe na boca-flor
Sua boca infantilizava-se quase sempre e eu amava
Não podia ser diferente, saíra da infância a pouco.
E no entanto me deixava idiota a apaixonar-me
Quase a ponto de me envolver, me comprometer.

Uns olhos grandes e pretos
Um corpo aflorando
As mãos grandes
Os pés perfeitos

Minhas narinas experimentaram da cabeça aos pés inocência
E depois bebi o que lhe escorria doce pela pele trêmula.
Me ligou alguns dias depois, mas eu já estava frio demais.

Raule de Sousa
Iguatu/Ceará/Brasil
Direitos Autorais Reservados
Lei N° 9.610 de 19/02/1998

 
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Raule
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/11/2010 16:14  Atualizado: 12/11/2010 16:14
 Re: Cheiro
Olá!

Gostei muito do que você escreveu, li outros também.
Muito bom.

Abraços