Sou uma folha
seca, queimada
do sol, que navega
a boiar, abandonada.
Falei palavras
doidas, tão loucas,
escritas em quadras
que andam de boca em boca.
Continuo a ser uma folha
seca, que nada no mar,
tenho tudo, quanto se recolha
no fundo do meu pensar.
Ai, a banalidade
em mim, de pensar,
é a maior saudade
de não saber agora amar.
Sou então mais um louco
que em tantos passos minto,
sou humano, sinto-me tão pouco
não sei viver o que sinto.