Eu vejo a estação
Minh'alma se reparte entre os vagões
A Poesia me leva
E me lava
Você, apenas lá
Existe implícita
Seu olhar me apanha
Nesse lugar onde o tempo
Não passa
Não há nada, não há ninguém
Apenas você que me encontra
Que me salva do silêncio
Que, na madrugada sem chuva, espera
Próxima ao meu destino
O trem da vida
Quando nós, à beira dos trilhos,
Fundimos os desejos
E inclinamos as cabeças, juntos,
Na exata direção
Do infinito.