Pardal porque sois tão belo?
Tão lindo, virtuoso e encantador
Não és mais pupilo
És um rei, és sim senhor!
Passeias com garças e pombos
E outras criaturas implumadas
Tu dás cor às sombras
E amor às almas apaixonadas.
Ó pardal, porque não me cantas?
Uma cantiga de amor
Talvez o frio que alevantas
Fugisse e vi-se o calor.
Pardal vós sois pequeno
Num pálacio qualquer
Não sei porque o teu canto sereno
A ti não te doí, mulher.
Mulher, eu também não tenho
Talvez eu a quisesse ter
Podia ir para o inferno
Ou para onde Deus quiser.
Tu vais de ninho em ninho
Procurando calor
Mas nisso és parecido comigo
Vivemos os dois sem amor
Mas nisso és parecido comigo
Vivemos os dois sem amor...
Pedro Carregal