Poemas : 

CORTE EM BISEL

 
Tags:  quo    STATU  
 
Se escrevo me sinto mal;
se não escrevo, impaciente;
falta-me um ponto final
naquela história ancestral,
que me tornou reticente...

 
Autor
Norberto Lopes
 
Texto
Data
Leituras
2643
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
39 pontos
23
0
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/11/2010 20:50  Atualizado: 09/11/2010 20:50
 Re: STATU QUO
Amigo Norberto

No meu modesto entendimento de poeta diletante todo o poema que não veicula uma mensagem perceptível, (os maiores poetas escrevem mensagens claras e o fazem com simplicidade contagiante),embora mereça respeito tem apenas interesse lúdico.
Este seu poema é, em última análise, um enorme ponto de interrogação para quem lê, uma pequena reticência para quem o escreveu.
daqui ressuma a beleza do poema e o seu valor intrínseco.

Aplaudo

Abraço


Enviado por Tópico
inacoca
Publicado: 10/11/2010 00:47  Atualizado: 25/12/2011 11:25
Participativo
Usuário desde: 13/05/2010
Localidade: Santo Tirso
Mensagens: 29
 Re: STATU QUO
é isso. ofereço o pontinho .


bj

ina


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 10/11/2010 02:01  Atualizado: 10/11/2010 02:01
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: STATU QUO
Aqui lendo aprendendo, apreciando e constatando que fazes uma falta por aqui! bom te ler novamente. bjs pra ti


Enviado por Tópico
Egéria
Publicado: 10/11/2010 16:18  Atualizado: 10/11/2010 16:18
Usuário desde: 28/09/2009
Localidade:
Mensagens: 947
 Re: STATU QUO
FAVORITO.


Enviado por Tópico
Kolthar
Publicado: 10/11/2010 19:56  Atualizado: 10/11/2010 19:56
Super Participativo
Usuário desde: 25/08/2010
Localidade: Lisboa
Mensagens: 153
 Re: STATU QUO
Curto mas revelador de sabedoria, sem falar que está muito expressivo que consigo também sentir essas palavras.

Um beijo doce


Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 13/11/2010 01:20  Atualizado: 14/12/2010 17:53
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: STATU QUO
Se me sinto mal, escrevo,
se escrevo, mal o sinto,
são as palavras que nego
que mais traem o que minto

Saudade, Norberto.


Enviado por Tópico
belarose
Publicado: 16/11/2010 10:06  Atualizado: 16/11/2010 10:06
Membro de honra
Usuário desde: 28/10/2010
Localidade:
Mensagens: 9026
 Re: CORTE EM BISEL
Bom dia! Muito belo seu rima,pqueno mais diz muito bj.


Enviado por Tópico
marcelfranco
Publicado: 21/11/2010 02:01  Atualizado: 21/11/2010 02:05
Participativo
Usuário desde: 06/11/2010
Localidade: Belém, Pará, Brasil
Mensagens: 29
 Re: CORTE EM BISEL
Caro Norberto,

“Se escrevo me sinto mal; / se não escrevo, impaciente;”: eis uma paz inquieta! É dessa inquietude de escrever, de tecer poesia que se “faz uma manhã”, como diria João Cabral de Melo Neto. A delícia dessa inquietação, dessa impaciência de escrever me traz a ideia de reinvenção da vida, de que “a vida só é possível reinventada” (Cecília Meireles), e, para que assim seja, ela precisa dessa inquietude do poeta, desse compromisso dele em fazer a vida sempre nova por meio de sua escrita literária, para que ele e o mundo inteiro não se sintam “mal”. Gullar diz que “a arte existe, porque a vida não basta” e eu reitero e afirmo que a poesia exista porque a vida não basta, porque viver sem escrever nos faz sentir mal.

Além disso, quero destacar o caráter dialógico do seu poema. A essência desse seu trabalho reside nessa inconclusibilidade, na falta deste ponto final, no fio discursivo continuado na mente do outro. O verso “que me tornou reticente” revela-me, segundo o filosofo literário Mikhail Bakhtin, o “produto da interação do locutor e do ouvinte, (...) o território comum do locutor e do interlocutor.” (1981: 113). Ou melhor, encontra-se em seu poema, o diálogo do eu lírico com outras vozes (ancestrais, convividas, ouvidas, lidas, etc.), um diálogo que não deseja acabar-se, mas continuar e ser “reticente”, para que o poeta e a nossa vida não caia na mesmice, não se sinta mal e reinvente a magia dos nossos sonhos de viver por meio da escrita.
Belo texto! Fica aqui meu olhar literário.

Abraços,

Prof. Marcel Franco


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/11/2010 17:32  Atualizado: 26/11/2010 17:32
 Re: CORTE EM BISEL
Olá, poeta!Escrever é uma labuta, pois que, nossa arte bebe diretamente na fonte da nossa alma e, às vezes, é impossível abstrair-se...Mas, arte é arte, há de se fazer brotar de algum lugar no âmago do coração.

Adorei!

abraços


Enviado por Tópico
MarisaSoveral
Publicado: 30/11/2010 14:17  Atualizado: 30/11/2010 14:17
Colaborador
Usuário desde: 16/08/2010
Localidade: Porto
Mensagens: 621
 Re: CORTE EM BISEL
Parece que é a primeira vez que venho aqui, que pena eu tenho de não ter tempo de conhecer devidamente os tantos poetas que andam por aqui!
Gostei muito deste poema, são os dilemas intrínsecos ao poeta, resultado das suas inquietações!...
Bj
Marisa


Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 01/12/2010 13:27  Atualizado: 01/12/2010 13:27
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: CORTE EM BISEL
Norberto,
Assim me sinto muitas vezes...
Beijo
Nanda

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/12/2010 20:38  Atualizado: 01/12/2010 20:38
 Re: CORTE EM BISEL
...que essa história ancestral não o impeça de seus passos, entre si e os seus versos, mesmo de corte incerto, haverá sempre diferença no verbo!
Creia-me..



Com carinho,

Assiria

Enviado por Tópico
KNaegelle
Publicado: 01/12/2010 22:14  Atualizado: 01/12/2010 22:14
Muito Participativo
Usuário desde: 12/06/2010
Localidade:
Mensagens: 89
 Re: CORTE EM BISEL
Olá Norberto! Uma estrofe que permite a todos compor a sua própria história!
O ponto final não é necessário, afinal a vida é uma surpresa constante, deixar os três pontinhos é ter a possibilidade de ser surpreendido a qualquer momento por direções talvez nunca imaginadas. A vida e seus mistérios! Bela estrofe! Beijos no coração!