Enterrado eu estou
Dentro de um caixão.
A alma de mim voou
Sem deixar recordação.
Dentro de um caixão estou
Dentro da terra, enterrado
Já nem sei quem eu sou
Sei que estou amargurado.
Queria amar mas não me amam
Morto também já estou
Agora, ninguém me chama
Se eu escrevo ‘’sem’’ ou ‘’com’’.
Só sei que estou morto
No cemitério antiquado
Os espíritos não o povoam
Pois sabem que eu estou lá enterrado.
Cada palavra escrita
É uma lágrima retratada
Num quadro sem vida
Pois do tudo, faltou-me o nada.
Certo dia, escrevi a morte
Poderosa com o seu ar sério
Mas tive esta triste sorte
De estar preso num cemitério.
Pedro Carregal