foi num dia frio de inverno,vocês verão.
esperava sentir a tua mão que não veio.esse calor vital que me sustentava pelos dias frios.
aquela minha mão na tua desprendeu-se do meu corpo.desapareceu do teu.pendeu no vácuo mais escuro e negro da noite nua.talvez caísse .não sei onde .como um açoite,pisou-me o sangue, estancou os rios,gelou-me a carne.
foi num dia frio e torto de não verão.
fiquei sem mão.
não sei com que parte do meu corpo escrevo agora
toda esta escuridão.
cruz mendes