Poemas : 

Febril a onda

 
Insubordinado o jeito lesto a bordar o peito
aberto no avesso do dizer de mim.

Insubmisso
o desejo do saber do beijo, da sede da boca,
do calor da língua, d’amêndoa e de carmim.

Febril a onda, lavrado o mar,
o alto-mar ...
arruado, reordenado em frias laudas
na lisura eminente das águas.

Insone o astro despenhado ao largo, em fogo,
na cauda preta da rocha pérfida de luar.

Instantes diminutos …

Putrefactas as raízes cravadas no verde dos suspiros.
… delírios breves, em corpos agitados no cálix
das dunas e das sebes.

Amo do verde-mar, a espuma,
o corpo indecoroso e, na solidão do vento,
no seu recesso,
concebo o verde-seco do verso acoberto da bruma,
esta que, angulosa, leitosa, me debela e me sufoca.




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Mel de Carvalho
 
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Enviado por Tópico
Paulo Afonso Ramos
Publicado: 26/08/2007 16:53  Atualizado: 26/08/2007 16:53
Colaborador
Usuário desde: 14/06/2007
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Mensagens: 2080
 Re: Febril a onda
Confirmo o que escrevi no anterior poema.
Parabéns!

Beijo Fã



Enviado por Tópico
Tália
Publicado: 26/08/2007 17:49  Atualizado: 26/08/2007 17:49
Colaborador
Usuário desde: 18/09/2006
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2489
 Re: Febril a onda
Febril a onda que nos trazes... lindo

Beijos

Tália

Enviado por Tópico
Gilberto
Publicado: 26/08/2007 17:52  Atualizado: 26/08/2007 17:52
Colaborador
Usuário desde: 21/04/2007
Localidade: V.Nde GAIA-Porto
Mensagens: 1804
 Re: Febril a onda
Querida amiga,

Delicio-me com os teus poemas. Com a forma peculiar, com que os desenhas.


"Febril a onda, lavrado o mar,
o alto-mar ...
arruado, reordenado em frias laudas
na lisura eminente das águas."

Adorei!

Beijinhos