e quem
e como
e quanto
vem
da solidão insular
de nos sentirmos
sempre
um corpo comum
ao longe,
partido?
culpados
por erros próprios
ou dos outros
isolados
sem o saber
ou poder ser
dessa
ou de outra maneira
quanto da dor de ser só
é perdão
ou não
aceitação
da cegueira
no humano desespero
de lhe pertencer?
é comoção, é canseira
é tristeza verdadeira
é convicção enganada
aparente e inteira.
é consciência
ou não
do inconsciente
do que se sente reinar
doente
pensando enganar
toda a gente
ele mesmo se enganando
é a impaciente recusa
de estar só
de estar calado
simplesmente,
mas não o querer recusar.
é o não saber
que fazer
é o sentir-se impotente
perante a enorme tarefa
de criar nada de novo
ou ter e não ter
esperança
no seu povo.
é chorar
quem usa e abusa
em nome da musa
dos falsos ideais
do dinheiro
do fado
da "tusa"
de deus
do diabo a quatro
da sensação de poder
do egoísmo sem fim
da ilimitada hipocrisia
nos processos usados
e o resultado
da Obra.
é desalento na visão
da construção
arrogante e esperta
da cidade cruel
selvagem,deserta,ruidosa
é a difícil
comunicação
desencontrada prosa
poesia em contra-mão.
é contrária,diversa visão
saber do desconhecido,
do poder de se inventar
mas não.não o usar.
é sombra na luz
é fogueira
é dor
de joana d'arc
em toda a parte
é dramática e dura
condição
humana ,
e é história
e é arte,
é loucura
é crime
ou é apenas paixão
a magoar
a magoar
nesse não
matar-te,
irmão.
cruz mendes
aos leitores:
procedi a algumas modificações ao texto a posteriori da data indicada.
continua em aberto,o mesmo.como uma ferida que não cicatriza.
sempre que quiser,actualize a leitura.
obrigada.