Procuro razões perdidas
Para escrever o que não digo.
Pode ser um silêncio corrupto,
Com preço alto demais.
Não entendo as razões encontradas
Para escrever o que escrevo.
Não é sabedoria nem humildade
Que jorra destes versos,
Nem flores em arranjos
Desconexos e podres.
Esta noção ilógica de escrever
Deixa-me paralisado, sóbrio demais
Para conseguir ler.
Amarro-me ao acto de lançar
A jangada, com uma flor ao peito,
E esperanças de nunca mais voltar.