releguei todos os meus discursos para ficar a sós
entre páginas despidas e eu.
e todas as dúvidas sobem e sobem
como se um longo acorde de violino fosse.
(vai.se pondo de pé um mundo absorto)
se afirma um delírio,
um rumor?
volta.se com cuidado a percorrê.lo
sob árvores abertas de metáforas
para semear experiências, até desejos
e voos livre para o incerto.
no papel uma pena exercita.se
mesmo por baixo das pálpebras
ressuscita o que não pode ser visto:
a minha candeia – um silêncio ardido,
as minhas epopeias em ruína.
(com uma atitude baliza.se um território)
recita o absorto a demorar.se
então, só então,
enquanto a saliva mistura.se com a terra e soletra,
onda a onda
sopro a sopro
traduzem o tempo que traz não sei de onde
reverberações mais subtis do ígneo.
(a lucidez que interroga)
hoje dou comigo a pensar
como é curioso o facto de continuar
depois de tantos milhões de anos,
desesperadamente à procura de uma luz.
(uma vez escolhida a fronteira do insane)
escolho então pintá.lo até ao fim
converter.me para sempre nele.
" An ye harm none, do what ye will "