Bom dia, meu povo
Freguesas e fregueses
Já ouviram a última
Do senhor Menezes.
Homem de meia-idade
Cabelo grisalho
Que no seu quintal
Apenas tem um carvalho.
Vi-o no outro dia
A sair da casa
Da menina Rita.
Rapariga visada
Caminha para freira
Diferente das da minha idade
Mas dá trabalheira.
Já notei sorriso
Dos senhores doutores.
Esta rapariga,
Tem muitos mais amores.
O senhor Menezes
Tem um criado
Vindo de Cruz Quebrada.
Pobre coitado.
Coitado daquele
Que teve namorico
Com a concubina dando patrocínio.
Feito patrocínio e fama ao patrão
Este saiu de casa
De espingarda na mão.
Lá se dá a vida, do pobre coitado
Morreu a namorar
A pretendente do patrão.
Andam os dois
Bem juntinhos
Rita e Menezes
Formaram casalinho.
Ela deita o olho
À bolsa de dinheiro
Mas durante a noite
Dorme logo com o primeiro.
O senhor Menezes
Agora dá por boi
Julgam-nos pelos chifres
Antes e depois.
Agora o homem é tratado por cornudo
Boi de meia-idade
Geralmente queixudo.
Casou-se com a rapariga
Que não é mais freira
Das rezas e dos louvores
Vai para a brincadeira.
Quer ela brincadeiras com
Os Senhores doutores.
Acaba-se assim a história
Senhoras e senhores.
Pedro Carregal