Alguém
Seu nome, não sei
Fez-me uma promessa
De pintar, escrever sobre mim
Sem que eu mereça.
Escrevo-lhe uma carta
Com graça e risos
Que não é desgraça
Amar um ser vivo
Esperei
E me vislumbrei
No quadro tão lindo
Pintado em tons carregados
Com negro vestido.
Nós dois celebrámos
Com extrema amizade
E teve liberdade
De deixar saudades
No meu nome escrito
Lembrei
A sombra de alguém
Desejando a morte
Que sorriu e se divertiu
Com o quadro de fronte.
Vista amargurada
Sorriso brilhante
E na luz, a encruzilhada
Da pintora amante.
Gritei
Aos céus praguejei
Que não era certo.
O quadro
Que era sobre mim
Sem razão, esperto.
Vejo ansiedade
Tremendo peneira
A graciosidade
Daquela verdade
Do quadro Teixeira.
Pedro Carregal