Foi a amargura
Que me traiu e me matou
A saudade perdura
E de todos, já não sou
Já não quero a Morte
Mas a vida para mim é veneno
Deicei o azar e a sorte
Voltei a ser pequeno
Se eu fose um pássaro
Voaria para longe
Querer-te, foi-me caro
E o amanhã ficou para hoje
Ohei para o céu e vi sangue
Olhei para a lua e vi mar
Ninguém permite que eu cante
Ninguém me quer a chorar
As esperanças foram para medo
Medo esse que não conheço
Ficou-me o nome de Pedro
Ficou-me o fim do começo
Chorei, mas não choro
Caí, sem desmaiar
Voltei a ser pedra quando fui de ouro
Pois todos foram-me abandonar
Pedro Carregal