Sonetos : 

DOIS VULCÕES

 
Meus punhos são como o sol desbravador
A aquecer as pedras magmas dos sintagmas
Sofismas, filosoficamente em lágrimas
O verso sai quente como a onda em calor!

Gestado por ventre único e ácido
Pelo deus do amoníaco harmônico
Lavas explodem dos meus versos crônicos
São como lágrimas, borbulhando os plácidos...

Vulcões da mente, que não têm preconceitos
Termas do mais fino e suave leito
São feitos de energias fulgurantes!

Dando à luz aos quentes versos
Sangues fluem dos meus olhos dispersos
Em erupções dum coração delirante!

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VULCÕES 2

Um soneto que se agasalha do orvalho
Despeja o calor do corpo na harmonia
Ondas raiadas de sólis em piras
À sombra do sol me protejo num carvalho!

Gentes gritando sem cessar à minha volta
Me conduzem para o frenesim da poesia
Tento me alongar numa alameda fria
Mas ondas de calor me aquecem a aorta!

Já dominada pelo eixo do contexto
Passo a rimar palavras de pretexto
Esse quente universo me transporta...

Ao luxo intelectual que não existe
Poesia é um moinho que consiste
Em fechar espaços e abrir-lhe as portas!



Ledalge


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
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Ledalge
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/11/2010 22:21  Atualizado: 05/11/2010 22:21
 Re: VULCÕES
Muito belo, erupções de um coração delirante... o meu tbm está assim, Beijos poetisa.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/11/2010 23:12  Atualizado: 05/11/2010 23:12
 Re: VULCÕES
Teu poema quente(no bom sentido)aquece a alma dos apaixonados


abraço


Enviado por Tópico
JOSÉMANUELBRAZÃO
Publicado: 06/11/2010 15:26  Atualizado: 06/11/2010 15:26
Colaborador
Usuário desde: 02/11/2009
Localidade: Lisboa, PORTUGAL
Mensagens: 7775
 Re: DOIS VULCÕES
Cada vez que te visito, fico deslumbrado como escreves tão bem. Embora tenha o site aberto não tenho muito tempo livre.

Te admiro e respeito.

Beijo carinhoso do ZÉ