Olhos vermelhos e inchados
Veias perfuradas pelas agulhas
Sonhos desfeitos na madrugada
Vidas que choram de dor
E causam lágrimas de outras pessoas.
Mais uma casa arrombada
Para satisfazer a ânsia de um larápio
Objetos levados por mãos sorrateiras
Vidas que roubam objetos
Mas, roubam à paz de outras pessoas.
Olhos de crianças a mendigar
Além do pão, um carinho,
De um pai dominado pelo álcool
Vidas que sofrem a ausência
De outras vidas que as deveriam amar.
Mostram pernas e peitos nas avenidas
Acenam e dialogam com os transeuntes
Na esperança de fazerem o sexo ali mesmo
Vidas que sonham com o amor verdadeiro
E que destroem relacionamentos.
Não pestanejam em puxar o gatilho
Ceifam a existência que o Criador ofereceu
Por motivos banais e financeiros
Vidas que não pensam no próximo
E que assolam famílias inteiras.
Passam o dia todo bebendo
Fazem festa por qualquer coisa
E a noite dá continuidade às estripulias
Vidas que não pensam no futuro
E deixam outras vidas dependentes.
Farrapos humanos
Esses personagens descritos
Vidas que vegetam na sociedade
Não sabem o que é sentimento
Passam pela vida, não vivem...