Começa a ser saturante,
Este modo de viver.
Modo de vida errante,
De quem espera, para morrer.
A vida tornou-se futil,
E perdeu todo o valor.
E tu, sentes-te um inutil,
Por já não sentires amor.
Só te veem os defeitos,
E os teus modos rudes.
Esquecem-se dos teus direitos,
E das tuas virtudes.
Só te apontam o errado,
De tudo o que está mal feito.
E tu ficas desapontado,
Porque tudo tem defeito.
De tudo o que fazes de bom,
Disso, tu não ouves nada.
Não se ouve nenhum som,
De acção elogiada.
És um burro ignorante,
Que nem sequer tem maneiras.
Que nada faz de importante,
Que só sabe fazer asneiras.
Os outros não têm defeitos.
E têm sempre virtudes.
Só eles são os perfeitos,
E também querem que mudes.
Só fazes coisas erradas.
És burro por natureza?
Já antes delas começadas,
Estão erradas de certeza.
Começas, e não acabas.
Ou então, nem as inicias.
O perfeito, só aldrabas.
Só fazes o que não querias.
De ti, sai sempre tudo errado.
De ti, sai sempre tudo torto.
Os defeitos não terão acabado,
Nem depois de estares morto.
Os outros, estão sempre certo.
Tu, é que estás sempre errado.
E mesmo que estejas perto,
Estarás sempre afastado.
Vives uma vida errada.
A tua vida tem defeito.
Sem conseguires fazer nada,
Que digam que está perfeito.
És um bruto ignorante.
Que vive uma vida errada.
Que nada faz de brilhante.
Que não sabe fazer nada.
Por teres sempre defeitos,
E nunca teres virtudes,
Como querem os “perfeitos”,
Que um dia também mudes?
Só falam do que está mal,
E nunca do que está bem.
Tratam-te como um animal,
Que na vida nada tem.
Sentes-te ameaçado,
Por os que se dizem perfeitos.
Que te tratam como gado,
E se intitulam de “eleitos”.
Passam a vida a viver,
Aos outros, erros apontando.
Os deles, não querendo ver.
Dos deles, não se lembrando.
zeninumi 25/8/2007
zeninumi.
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