Surreal como um beijo de despedida,
Vejo-me numa estrada sem fim
Na qual sempre temi estar só.
Dentes atacam lábios indefesos
Pele fervilha num prazer pleno.
E mesmo um sorriso despretensioso
Contagia a minha alma descrente,
Numa felicidade reluzente.
Corpos atirados na cama
Roupas jogadas nos móveis e deitadas no chão.
Diminuto como um telefonema saudoso,
Tenho-te por um tempo
Infinitamente menor do que gostaria.
Unhas cravadas nas costas
Cabelos puxados num desejo imenso.
E mesmo um toque suave sobre a pele
Pacifica o meu espirito indomesticável,
Numa morada única.
Noite completa
Com vinho, filme e chocolate;
Risos, sexo e cumplicidade.
M.Cardoso