Dado a morte
Inda ser o mote
A certeza forte
Destino selado
Em vida falado
Fenecer faz parte
Inda a vida em arte
No início imortal
Até o golpe fatal
Destino céu estação final
Oração de extrema-unção
Sonho de todo cristão
Todavia, será a morte
O momento de um estado
De transição do espírito
Ave que se liberta à sorte?
Via láctea estrelas cadentes
Imortalidade de almas vagantes?
A morte não deixa recado...
Ao seu chamado relutamos
Suspiro final e embarcamos
Sim, estamos sempre viajando
Imaginamos mas o destino não sabemos
Morte e vida, choro e alegria, enlutamos
O dia de finados,
Reza a tradição, ir aos cemitérios
Visitar os túmulos dos entes queridos
Aos restos mortais entregar as lembranças
Reparem, não há um dia da vida, há?
Mas, um dia dos mortos é celebrado
Como um ato de contrição, arrependimento
Na morada definitiva dos corpos sem vida.
Às vezes, fico pensando
Quanto estamos ligados às coisas materiais
Que mesmo após a transição de um ente querido
Ainda nos prendemos às suas formas físicas.
Quando enfim, evoluiremos
Para um sentido menos materialista
Da existência, hein humanos?
E alcançaremos a rota espiritualista.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 2 de novembro de 2010.
Imagem: Tradicional comemoração do Dia dos Mortos, no México. O cheiro de cravos e incenso copal ajuda as almas retornam para seus entes queridos.