Se passas a vida a rir,
Tu não passas de um bobo.
Mas momentos hão-de vir,
Em que terás que ser um lobo.
Na vida fiquei parado,
Mas sempre, sempre a lutar.
Por isso, ando cansado.
Luto, sem nada alcançar.
De nada me serve trabalhar,
Neste sítio tão maldito.
Estão sempre a enxovalhar,
Que chego a ficar aflito.
Eu nasci e era puro.
Mas o homem me condenou.
A comer o pão duro,
Pão que o diabo amassou.
Por comer tanto pão duro,
Pão que o diabo amassou.
Eu fiquei homem maduro,
Por tudo o que já passou.
Vivo agora uma vida triste.
Por os homens castigado.
Mas eu sei que Deus existe,
E por Ele já fui perdoado.
Eu tenho força de viver.
E forças para lutar.
Um dia hei-de vencer.
Um dia hei-de ganhar.
Recordar, na vida que me resta,
O que a vida de bom me deu.
Esquecer o que não presta,
E tudo o que não é meu.
A vida é imprevisível.
E nisso tu podes crer.
Na vida só é visível,
Aquilo que podes ver.
Ver para crer,
É profecia de S.Tomé.
Vê o que puderes ver,
É profecia cá do Zé.
zeninumi 24/8/2007
zeninumi.