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A eternidade

 
Tags:  amor    morte  
 

Vivia na torre mais alta de um castelo longínquo uma Princesa esquecida do mundo.

O amor não lhe sorriu na idade viçosa e como uma flor que engelha num galho, foi definhando na espera de quem a havia de levar.

Um dia veio a Morte e ao vê-la assim, tão ingénua e pura no modo de estar, perdidamente se apaixonou e com ela quis casar.

Casaram pois, a Morte feia com a Princesa velha pois o amor é louco , não olha a quem e não poupa ninguém.

O tempo passou e os dois amantes amavam-se com fervor, no alto da sua torre, sem saberem que lá fora o mundo já não era o mesmo.

As pessoas tinham parado de morrer e choravam, tristes e cansadas de viver!

Por todo o lado chamavam a Morte para cumprir o seu dever, mas esta estava cega e surda para qualquer outra coisa que não fosse a sua felicidade e a da sua amada!

E se voltasse a matar alguém, teria que levar a Princesa em primeiro lugar, tão idosa, engelhada e carcomida pelo tempo que ela estava, como o vento rói as pedras até em pó as transformar .

Cruel dilema, chorava a Morte lágrimas sentidas de desgosto e de pesar! Que fazer?

Antes morrer que matar, mas até isso lhe estava vedado pois não podia escolher...

E foi assim que, condenados à vida eterna, os seres deste mundo deixaram de falar, de rir e por fim, de pensar, porque fossem onde fossem, era sempre tudo igual.


Incipit...

 
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Vilians3
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