Sou um poeta original
Entre os poetas ortodoxos
A pimba é a forma ideal
De consumirem lixo tóxico
Com gana de poemas a granel
Crio literatura eterna
Assumo-me poeta de pincel
Da merda que guardo na cisterna
No lixo das ideias um sol
Ilumina os esgotos de mim
Caiem do céu moedas de fenol
E lá vou enriquecendo assim
A gramática é prostituta
Fodo-a e é o que eu quiser
à batota ou à batuta
O que é preciso é escrever
No infinitivo tudo rima
Nunca me poderei enganar
Às porcarias escritas chamo
De pura poesia popular
A concordância é dizer que sim
A gente cremos que tudo tá bem
Sei que esta merda não é assim
Mas eu sou do dinheiro refém
A mensagem não é importante
As pessoas não gostam de pensar
Uma música de bater o pé
E todos estúpidos vão dançar
Assim pensa o povo, assim diz
Das porcarias que eu escrevo
Vou enriquecendo, sou feliz
Quero que se lixe a cultura
Jorram do cadáver da escrita
Notas como uma torneira
Estou cagando para o povo
Os fãs da minha algibeira
Comprem meus discos, comprem depressa
Que preciso de luxo para pensar
Para fazer música de merda
Ainda é preciso trabalhar
antóniocasado
Dedico a todos os músicos pimba pelo seu glorioso trabalho em prol da cultura social numa manifestação propedêutica e didáctica próprios dos próprios cultuarante... - O que é isto?
Bem hajam Emanueles, Quims, Agatas, Rosanas, Dzerts.., e toda a trampa afim! Bem hajam!