Voltaremos, oh meu povo,
À nossa morada no mar.
Passaremos pelas areias do Egipto.
Pelas muralhas do ar.
Por pedras de Cristo.
Pelo o que nunca voltámos a achar.
Caminharemos pelas ruínas de Atenas,
Por Tróia e por Creta.
Em direcção das Colunas de Hércules.
Num simples barco de junco iremos,
Para a Atlântida perdida.
Pois, meu povo,
Nós, atlantes,
Perdemos por avareza.
Não acreditamos na fé de Cristo pois,
Foram outros deuses quem nos destruíram.
Deixaremos na Babilónia a nossa torre de Babel.
A nossa Grande Muralha na China.
O nosso Taj-Mahal.
Deixaremos os frutos,
Que tanto nos custaram a semear.
Deixaremos o nosso Colosso de Rodes,
Para o podermos avistar.
Voltaremos à Atlântida,
Para escapar da estúpidez,
Que ficou na Humanidade.
A Guerra, o egoísmo e o poder,
Fizeram-nos perder vastas coisas e,
Por isso, podemos aprender.
Que nem o toque de Midas.
Que nem a Caixa de Pandora.
Nos farão mais sofrer,
Quando eles podérem se apreceber,
Do erro que estão a cometer.
Pedro Carregal